O copo que não é de café

29/07/2019

Um copo na mesa
Ela engole o café e o choro
A mais comum quebra de sabor
Alguém bate à porta
O laconismo pra dizer
O mesmo lugar onde dói
Cansada, ela diz: você sabe
Fecha os olhos
Um pingo cai no café
Ela engole seco, respira
E finge que é apenas mais um dia
No fundo
Ela acha que aquilo é o fim
E o fim talvez seja só fim
Recomeço pra quem?
Talvez quem recomece é o poema
Um copo, uma poesia
Ela deixa de choro
Coloca pra fora quem entrou pela porta
Já não precisa mais dizer onde dói
Abre os olhos
Não tem mais café
Ela sai em busca do que precisa
Talvez não seja só
Café.

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